domingo, 31 de outubro de 2010

Noção de distância

Qual a distância entre a terra e o céu?

Não sebemos. Tentamos medir, comparar.

Impossível!

Nem os passarinhos sabem.

Logo eles,
que parecem tão mais perto do que nós

Do Céu


Eles,
Sabem apenas que se cruzam
No vôo interminável de suas existências

Tão mais breve que a nossa

(Saberiam eles?)
(deveriam saber?)


Como medir o tempo?
Quanto vai durar?


Será um breve sopro?
Ou a ventania que traz junto a poeira
que faz arder os olhos


Não sabemos nada sobre distâncias
Nem sobre o tempo

Engolidos um pelo outro

O que é meu?
O que é teu?

O que de mim te põe a pensar?
O que te faz ter medo?

Silêncio para entender sobre distâncias
E sobre o tempo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A psciana volta a sonhar:

Sonha antes de dormir, no sono e no acordar.

Sonha a céu aberto. De mão dadas. Com o coração apertado.

Sonha com medo, com segurança, com ânsia.

Sonha com o pra sempre, com o "enquanto durar", com o hoje.

Sonha sem saber se é sonho ou realidade.

Sonha com esperança.

Sonha com a construção, evolução.

Sonha em permanecer, em cuidar.

Sonha com o fio condutor: o amor.

Continuemos a sonhar!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rezar

Percebi que não sei mais rezar.

Agradeci.

Não resisti e também pedi: que não tire mais ele da minha vida

Emoção banhada em lágrimas
Meu encontro com Deus,
depois de tanto tempo


Luz!

Quem será responsável por isso? eu? ele? ou Ele?
Talvez nós 3...


Coração apertado
Encontro difícil
Emoção que escoa com águas salgadas...
Ecoa em palavars


Agora, livre do pecado,
que nos deu origem.
Hoje:
Assumido, vivido. Na claridade do dia e na sombra da noite.


Bênção pro nosso amor
é só o que Te peço!

Mulheres

Vou te contar: Mulher é foda!

De receita de bolo à cilios postiços eu tentei!
Ok, confesso que não me esforcei tanto.
Táticas de guerra. Tudo muito sutil, como só nós, mulheres, sabemos ser.

Abandono o barco. Penso nos meus, nas minhas. Escolhas ao longo da vida... tão diferentes!

Lá fora a primavera grita, quer florecer.

Em casa elas falam de já não sei o que. Não me interessa mais.
Sou orgulhosa e teimosa (dois dos piores defeitos que alguém pode ter).

Também não sou evoluida espiritualmente, por isso
Vou aos homens.

Porque mulher é foda!

sábado, 23 de outubro de 2010

Sexta a noite - parte 1

A ladeira cansa
mas a caminhada compensa

Ela pensa

Pensa no encontro.
No beijo.
No cheiro.

Pés a levam,
com pressa

Sem chave
Campainha toca
a gente se toca
fofoca

fala
ouve
canta
ama com força
ama devagar

Coitada da parte 1
nem perde por esperar
o desepero da distância
que está por começar

Sexta a noite - parte 2

Noite agitada em São Leopoldo

Eu aqui
Ele lá

dois solzinhos
sozinhos numa noite sem lua

chove

as pessoas me confundem
fala-se demais!

ouço seu riso
brindando
com o coração aqui
ali

esqueço
relembro

minha bateria termina
contatos desligados
desconectados (?)

esqueço
relembro

escolhas
desejos
misturados

agora virei a chata do grupo
(sem saco)


vou me embora
recarregar as baterias

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ju

Um fim de tarde especial. Muitas risadas, lembranças, tragetórias, sonhos sonhados e desistidos, sonhos novos...
Falamos de tudo um pouco: música, Freud e Marx, aulas, professores, culturas, trabalho, filmes, livros...
Mas também falamos de nossos medos e fragilidades. Inseguranças. Nossas inúmeras dúvidas.
Mas sobre estas não vou falar.

Sexo Espetáculo

Não basta transar.
Na sociedade de espetáculo, hipermoderna, pós-moderna, ou seja lá em qual era nos encontramos, ou pensamos que nos encontramos... tudo vira um show!

(Hoje vi fogos de artifício para comemorar os 100 dias antes da formatura -numa universidade privada e cara, cuja comemoração deveria ser entre aqueles que receberam o valor da mensalidade por 5, 6, 7 anos).


Ok. Mas eu queria era falar de sexo.

O sexo tem que ser espetacular porque na maioria das vezes se resume a uma noite.

ele pensa: não vou mais ver essa mulher, não vou ligar pra ela, então, vou fazer tudo que tem que ser feito. Vou comer ela de tudo que é jeito, gozar de tudo que é jeito...

ela pensa: exatamente a mesma coisa! ou então: vou transar muito e, quem sabe ele me liga amanha pra gente sair e, pelo menos, queira me comer denovo.


Questão de falta de tempo?
o TEMPO... pobrezinho, sua falta sempre levando a culpa...

Falta tempo pra gente usufruir de todas as coisas que nos são oferecidas. Afinal, quantas bundas se tem para conhecer!

Me debato pensando o que as pessoas procuram afinal.

Chego a conclusão que algumas procuram algo a mais do que o espetáculo, mas creio que a maioria não procura nada.

Nada de nada.

Sexo Espetáculo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Por mais uma dose!

Uma dose de amor
para criar coragem

Duas doses de amor
para chegar mais perto

Três doses de amor
para suportar a saudade

Quatro doses de amor
para ouvir tua risada

Cinco doses de amor
Para marcar a pele

Seis doses de amor
Sete doses de amor
Oito doses de amor
...
..
.

(tontura)

...
..
.

Mais uma dose!


seguimos embreagados

de amor.

domingo, 17 de outubro de 2010

Casa

Ficar em casa nunca foi uma opção atraente para mim.
Engraçado, pois

hoje me parece a melhor coisa, embora não esteja falando da minha casa.

A casa dele,
parece uma casa normal, mas
acho que é uma casa encantada.

Faz-se tudo que se faz nas casas comuns:
lava-se roupas
prepara-se o jantar
lava-se a louça.

Porém,
algo acontece:

A tv, pobrezinha,
anda esquecida
embora esteja no centro da casa

Percebe-se o cuidado
que desliza junto com o creme hidratante

Há alegria
com o simples toque da campainha
Que se junta à música

Sim,
ouve-se muita música nessa casa

Também,
Recebe-se gente
Mistura-se os cheiros
temperos

ama-se pelo quarto e pela sala
tapetes e sofás

e a janela
me lembra o mundo lá fora
que hoje anda tão distante de mim.

Sem título 4

Como colocar o que a gente sente em palavras?
Admirávies poetas...
Que sabem o segredo!

Tentativa e erro

escrevo
apago

Seria o formato? direto demais para tocar em coisas delicadas?

Falar de amor não é como falar de "homens barata".

Bem sei que sutilieza para dizer as coisas não é meu forte


Eu mudei, mas minha escrita não parece querer se adaptar
Resistências.
Persistências.


Paciência!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sequestro

Foi um assalto, à mão armada.
eu, sem reação
Fui roubada

Me levaram junto
de mãos atadas
Para um cativeiro

Não é um cativeiro ruim
admito.
A comida é boa e a bebida é variada

Resgate?
ninguém se atreve a pedir
às vezes parece que não querem me soltar

Serei para sempre prisioneira?

De que prisão estou a falar?

Dos meus pensamentos
acorrentados
Mas o corpo é livre
essa é a maior loucura:

Eles me deixam trabalhar, estudar,
mas quase não consigo


Já estou debilitada
meu coração não é mais o mesmo
às vezes quase pára

Me puseram
Amarras invisíveis

E me dão cigarros para consolar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Chico

Ontem,
Estavas entre nós
Dando nós em nossas vidas

Que seja nosso o teu amor cantarolado
Para que tua melodia macia
Possa combinar nosso toque
Ofegante


Que fiques, por muito tempo
Mas também saibas ir até a estante para vivermos outras músicas, outros rítmos
O que não significa que não tenhas que ficar a postos
Para fazer-nos lembrar que o amor já foi um entre nós

Te usaremos, sim!
Para reatar nosso nó, quando este se fizer apenas um resto sem sentido

Encontraremos, na delicadeza da tua letra
O suave do nosso amor do passado-presente.

Dúvidas

Ontem, parecias duvidar do meu amor.

Culpa da minha boca (maior do que as bocas deveriam ser)!

Entendo,
Meu passado - presente
Te coloca inseguro

Mas as tuas (e minhas) dúvidas se foram todas há cerca de 30 minutos

Se foram com as palavras (mais uma vez elas)


Saí do meu corpo
Flutuei
Sem chão

Pensar que algo poderia ter dado errado
Fez meu corpo desfalecer

Que sensação!

Que alegria ao ler o segundo grupo de palavras!

Elas seguem, mas ainda estou mole.

Retiro o que disse ontem,
Acho que eu não choraria somente por 2 dias....

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Música que vai e vem

Conta ele que coloquei música na sua vida novamente.

Pois, saibam vocês, que eram músicas velhas. Do tempo da minha infância, fruto do tempo da juventude de meu pai (ainda cheia de sonhos, sonhos que foram engolidos pela Roda Viva).

Quando ainda havia música por aqui, eu as escutava. E gostava.
Foi aí que passei a crer na sociedade, nos trabalhadores, nos amores, no sofrimento que faz crescer...

A música havia se ido... com o tempo, com o vento.
Mas, agora, ela retorna, graças ao que trouxestes.

É verdade!
Ouvimos música pela tarde inteira!
Fazia tempo que ela não passava por aqui também...

A desculpa era pelo som quebrado? Compra-se outro, oras!

Música novamente
Quebra-se o silêncio
Fala-se de amor.

Seio de Menina

Quria que tu, menina, experimentasse o que estou a viver:

Se, ao menos, soubesses como podes ser tocada
- por um homem, menina

Acabaria com a tua angústia
- de menina

Quantos pecados tive que cometer para chegar até ele
- então peque, como uma menina

Pois haverá o dia em que, chegada a hora da tua redenção
- serás amada, como mulher, menina

E não precisarás dar nada além do teu seio
- que ele apensará ser o mais lindo, mais lindo de todos os seios de menina!

sábado, 9 de outubro de 2010

Cortar o Cabelo

As mulheres sempre cortam o cabelo por um BOM motivo. Diferente dos homens, que vão para a tesoura simplesmente porque o cabelo já está encomodando na orelha...
Para mim, soa como um momento de mudança.
Não é fácil a tarefa daquela que se encontra com a tesoura, pois qualquer fio a menos pode se tornar uma catástrofe.
Trabalho de artífice: com habilidade e segurança - só para mulheres seguras!
"Preciso cortar!!"
É como me desvinciliar de algo passado.
Meu cabelo, hoje, ficou mais leve. Camadas para combinar com a vida - cheia de coisas sobrepostas, se elimentando umas das outras, passado e presente visíveis. Uns fios mais escondidos e menores. Outros maiores, mais fortes.
Cortar o cabelo, dizem, faz com que ele cresca com mais vida. Portanto, é preciso fazer o corte.
Por isso, fica o agradecimento à Lizete, que, sabendo do meu ímpeto de TER que cortar o cabelo HOJE, sempre arruma um tempinho na sua agenda lotada.

Liberdade e Prisão

Falávamos da prisão que liberta
como pode?
Afinal, o que é liberdade?

seria ela, simplesmente, uma busca nunca alcançada?
um mero exercício?


Quem se conhece livre?

Convicções
são liberdade?

Amor
é liberdade?


Eu não sou livre, já desisti de ser há muito...

Existo presa, experimentando escolhas que me garantam um delírio de liberdade.

É isso, liberdade é um breve delírio!

Bagunça!

Um susto quando abro o guarda-roupas!
Por pouco tudo não cai por cima de mim

(andei mesmo ausente)

Percebi que tenho variado pouco minhas roupas
tem tanta coisa!
Coisas que não uso
Nem desuso

Por que?

Quanta blusa justa, saia curta! como tive coragem de usá-las um dia!?
Deve ser o tal do tempo
Que faz até as roupas perderem o sentido de existir

Umas bem usadas, gastas.
Outras novíssimas, até sem uso.

Muitas lembranças em determinadas peças...

Mente que voa,
Ao arrumar meu guarda-roupas.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Barulho da Chuva

Daqui, escuto o barulhinho da chuva.
e, gota por gota, relembro teu carinho


Eu abria os olhos e via os teus a me fitar
o que será que pensavas?

(os olhos pensam?)

...curiosidade ...

Em meio a isso penso nos ovos batidos, nas pimentas (de cheiro, de gosto)

Abraços!

Compartir!

Comparilhar pelo desejo de ser tua
Pela possibilidade de ser frágil

De ser cuidada.
Cuidado. Todos nós precisamos.

Passado ressignificado pelo presente

Agora, ausente.

Imagino por onde andas
em algum bar
contando tuas histórias


E a chuva
por aqui
já se faz passar

domingo, 3 de outubro de 2010

Te dou meu pé

Aviso:
Se te dou meu pé, estarei te dando aquilo que sustenta meu corpo.

Se quiseres meu pé, saiba que, com ele, há de vir tudo de mim!

A começar pelas canelas
Depois as pernas
Mais acima: o sexo
Depois, o tronco com tudo mais que dele brota:
A cabeça, o cérebro - as idéias
Minha boca a falar, meus olhos a observar-te.

Se queres mesmo meu pé, terás que me querer inteira.
É ele que me carrega, que me leva até nós.

sábado, 2 de outubro de 2010

Politicamente Incorreto

O que vou dizer é, literalmente, politicamente incorreto.
Logo se tratando de alguém como eu: psicóloga, mestranda, alguém com todas as possibilidades de não ignorar um processo eleitoral, não é?

Mas eu vou dizer: o ignoro!

O processo eleitoral parece novala das 8.
Candidatos que abraçam criancinhas, comem bolo de fubá, choram, se emocionam.
Por outro lado, falam de propostas incabíveis, mentirosas.

"Vede como trepam, esses ágeis macacos...", já diria Nietzsche.


Um processo baseado em covardia... porque, claro, o povo se emociona! E vota desorientado, afetado por cenas de novela.

Sem Título 3

Não é de hoje minha dificuldade para entitular aquilo que escrevo e penso.

Deixo sempre pro final.
Só que nem no final a idéia não tem mais aparecido.

O sentido dos meus textos se fariam únicos? (talvez daí a dificuldade de dar nomes diferentes à eles)

O sentido seria munido de olhos de menino, peito aberto, mente inquieta, bondade e generosidade?
Traria consigo muitas histórias? teria as mãos agitadas? e uma vontade imensa de viver?


É ele, o título dos meus textos....

Sem Título 2

Olhando tua foto, teus olhos...
Vejo
Por entre eles,
Me enxergo.

(Engraçado quando me presenteias e diz que é para roubar um sorrizo meu.
Mal sabes que este sorrizo já é todo teu!)

Loucamente, essa coisa se transforma
Ganha dimensão que mal cabe em mim
Tal qual o corpo da adolescente que, sem pedir licença, cresce
Desorienta e causa estranhamento

Estás a se agigantar , já dentro de mim
E não se trata mais de um sopro de felicidade
Ventania de alagria!
Tufão de esperança


Vida pra minha vida!
Poesia pra minha vida!
Paixão pra minha vida!
Carinho pra minha vida!