segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre Peixinhos e Botões

Fiquei sem palavras no dia de hoje.
Queria muito escrever aqui, dizer da minha empolgação com todos queles lindo vestidos que nunca havia imaginado usar.
Mas não consegui.

Estranho, mas algo não me deixava ceder ao desejo dessa vez.
"A coisa é tão importante, tão sérioa, que nem o desejo vou escutar", pensei cá com os milhares do botões que olhava pela tela do computador.

Paciência para desabotoá-los. Um por um. Como os tijolos colocados numa construção.

Então decidi escutar os fatos: vividos, ditos e ouvidos. Escutar as dificuldades - pois começando por elas, o resto é fixinha.

Dois peixinhos impulsivos, cheios de amor e paixão, loucos para viver no mesmo aquário, ou melhor, no mesmo mar. Mar de possibilidades e sonhos...

Vozes ressoaram do fundo do mar. Vozes poderosas. Vozes que se fazem ouvir pelo respeito que merecem, pela dedicação que tiveram por toda uma vida. Por nos ensinarem o que é amar outra pessoa.

Então volto pro meu aquário, ele volta pro dele. E vamos desabotoando cada botão, um por um. Até que não sobre nenhum.
Ou que se tenha habilidade suficiente para desabotoar os ouros que virão.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sem título 7

Que sentimento estranho esse que vai do céu ao inferno em algumas horas.
Nunca o senti, assim como nunca senti ciumes, nem medo de perder alguém.
Por essas e outras, também nunca fui muito fiel.

Um vez me disseram que, quando não se sabe o que dizer, é bom que se fique calado.

Nunca consegui fazer isso! Hoje de madrugada, tentei sob todas as formas cumprir esse conselho, mas escapou um "bah", escapou a angústia de saber das horas, do lugar...

Gente, o amor dói porque não temos escolha.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

memória seletiva

Não sou muito boa de memória.
Lembro que nas aulas de neuropsicologia a professora explicava sobre a tal "memória seletiva". Deve ser isso que acontece...

Noite e dia. Incalculáveis vezes você me vem a cabeça...

mas não posso acreditar que venha através das conexões nervosas, sinapses.
Muito frio!
Fico com a beleza de pensar que o ponto de partida pode ser aquele órgão que pulsa.

Ou mais louco ainda, pensando que a lembrança vem por todos os lugares
pelos ares...

vem do cheiro que fica,
daquilo que marcou minha pele branca no momento do amor.
Vem ao olhar meu pulso que nos carrega, para todos os lugares.
Vem das telas de um computador, do anunciar de um celular.
Vem das fotos na parede,
daquilo que se lê, do que se escreve.


Memória impregnada, sentida, vivida, sonhada
por todos os póros.

me dá tua senha

um dia ele pediu meu pé... e foi por aí que tudo começou...

foi ganhando tudo, devagarinho. Com jeitinho. Mineirinho (??!!)

Fez eu provar teus temperos. Hoje gosto de pimenta...
Vivo, então,
um amor que arde na língua e aperta o coração

Meu bem,
a senha que te pedi, há de ser a da paixão perpétua
do carinho sem fim,
de ti em mim

senha pa te fazer feliz
senha pra tocar a pele e arrepiar
senha pra rir
senha pra poder chorar



Senha pro amor ficar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coração Partido

Tenho meu coração partido.

É VERDADE!

Partido em vários pedaços...


Uma parte fica com meus pais e minha irmã... mesmo sabendo que amá-los é uma convenção, não há como impedir o que sente o coração.

Sigo partindo...

outra parte aos amigos, queridos, de tantas histórias e alegrias

Uma partezinha para os livros, poemas e canções

Outro pedaço é destinado ao meu auto-amor, no caso de o amor de todos por mim acabar, restará o meu próprio

O último pedaço, só faz crescer, amadurecer. Este pedaço fez do meu coração partido, querer partilhar.
Fez dele um órgão a pulsar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Teus Olhos

Apagam-se as luzes da sala. Restam as da cidade, por isso reparo que continuas a me fitar.
Sim, posso ver pelo feixe de luz que entra na sala. Ou seriam meus olhos acostumados a tatear o escuro a te procurar?

E sempre o encontro.

Mesmo sabendo das tuas vistas cançadas, posso sentir a tentativa de capturar o instante: meu rosto. Nem que seja com as mãos...

Teus olhos...
Posso me ver neles, já te disse. Meu presente e futuro estão lá.
E não canso de olhar... o mar verde. Que vontade de mergulhar!

O segredo é o que tento descobrir. Já sei que não foi culpa das lentes, mas do que estava por detrás delas. Os olhos de criança... curiosos e agitados. Loucos para cantar e brincar...

Música e amor!

No fim, a saudade,
que nos prepara para o re-encontro.
Que não é mais às escuras.

Já se faz dia claro!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobre o Amor

Um dia chega em minhas mãos um livro que falava - entre outras coisas - de amor. Na época eu não entendi. Pra mim, o amor era algo fácil, simples. Era só sentir e deixar de sentir quando as coisas não estavam bem.

Mas o autor dizia que o amor é difícil.

Deixei o livro na gaveta, escrevi sobre ele no Orkut e fiquei com a sensação de que um dia eu viveria isso.

Hoje entendo o que Rilke queria dizer quando falava do amor como uma oportunidade do indivíduo amadurecer, algo que nos convoca pra longe...

Talvez por isso o amor seja "privilégio de maduros" como disse outro poeta.

A maturidade pra entender que o que nos torna feliz, também pode ser uma razão de sofrer.

E esse misto de prazer e sofrimento é ainda uma oportunidade de evolução.

É como me sinto. Amo tanto que quero ser uma pessoa melhor, pra ele, pra mim.
Amo tanto que meu desejo é de cuidar para que haja cumplicidade e capacidade de reconstruir as coisas. Juntar as penas de um velho travesseiro rasgado e seguir andando.

Juntos.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Capacidade de Destruição

Impressionante minha capacidade de destruição. Após 10 minutos habitando meu quarto, ele mudou.

Tufão?!


Toalha molhada na cama, bolsas, roupas, pacote de presente. Tudo jogado!

Mais 5 minutos pra achar meu celular no meio da bagunça e 30 pra arrumar o que levei tão pouco tempo pra realizar.


Em que estágio estará minha vida? nos 10 minutos de destruição, 5 de procura ou 30 de arrumação?

Sem título 6

A cada novo encontro
Falta uma palavra

Um gesto que permita
te dizer - ao pé do ouvido, ou por fotos publicadas

O quanto te amo


Sei,
tens angústias
Eu também as tenho, confesso!


Já confessei-te tantas coisas
não me peça para te falar em números
eles pouco importam!

Números foram inventados
provalemente por algum homem!


O que me preocupa é a intensidade

dos teus segundos compartilhados,
entre fogões e máquinas de lavar

E agora, dos nossos segundos
a nos olhar:

Um a vigiar o outro
Com os olhos atentos
e o coração apertado

Sobre mulheres e prazeres

Escrevo sobre o que há muito não escrevia. Escrevo sobre ser mulher. Entrelaçadas em peitos cabeludos e vozes grossas, às vezes nos perdemos, ou nos encontramos. O que importa é que algo acontece também nesses encontros. Isso é certo!

Mas bem, não era deles que eu queria falar (como é difícil fugir disso!).

Enfim, hoje, ganhei um livro. É Um livro pegueno, com textos que parecem de um blog. É de uma jornalista. O título é "Perdoem Nossos Prazeres" (veja bem, no século XXI e nós ainda pedindo perdão! Para quem?? Do que??)

O livro fala de mulheres que bebem vinho, amam, desamam, sofrem, levantam, vão ao cinema sozinha...


Hoje tomamos uma cerveja (de leve). Quase um pretexto para dizer de nossas angústias, sonhos e medos.
Falamos de cartomantes, dos prazeres descobertos recentemente, de desejos que cabem ou não serem divididos entre aqueles que amamos. Enfim. Coisas de mulher!

Bom é ter amigas para compartilhar momentos como esse. Bom é ser lembrada, pela mulher que somos - ou que estamos nos tornando - por outra mulher (semelhante e diferente, ao mesmo tempo).

Um brinde aos nossos prazeres, vividos ou que estão por vir! E que não tenhamos que pedir perdão por ser feliz para mais ninguém!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ano Novo Atípico

Esse ano, peguei as lentilhas e fiz um pedido que não era pra mim.

Também não parei para fazer promessas.

Longe da agitação que costumavam ser meus reveillons, o encontro com a calmaria.

Gente estranha ao meu redor, se abraçando, comemorando mais uma vez, a entrada de um novo ano. A mim, eles pouco importavam...

Naquele momento, me bastava só eu e ele e o desejo de que tudo corra bem pra nós em 2011.

Que o desejo de ser feliz, que nos embalou desde o primeiro C2, ande de mãos dadas conosco e nos faça ter paiência e sabedoria para fazer crescer nosso amor.

Acredito no desejo, pois é ele que nos move. Ele que me levou até o mestrado e me fez arriscar uma espera num banco de aeroporto.

Nos acompanhe, desejo! desde o primeiro dia do ano, até sabe-se lá quando...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Rainha, Rei e Bundas

"Era uma vez num pequeno vilarejo...Um rei e sua rainha e vice-versa (adaptado à modernidade!) sairam para uma tarde de banho...

a final.. o verão chegou!!

A água era pouca (momentos de seca) o que levou ambos a optar pelo refresco das árvores e a cerveja gelada

já que nadar não se fazia possível!

O rei vira para sua rainha, que estava confortavelmente sentada em uma pedra e diz:

Rei: - Minha rainha, me dá um espaço para sentar!? Para sentar meia bunda do rei!

Rainha: - Mas meu rei, nem meia bunda não dá! Veja bem: meia bunda de cada um de nós já é uma bunda e meia!

Então... as bundas ficaram meia-boca sentadas...Afinal.. não dá nádegas, para um rei e um rainha que se amam!"

Virada

Tanto faz se Cati ou Coti... porã
Foi uma virada de ano e tanto!

flores pra enfeitar e frechenet pra brindar

balanço que acompanha nossa vida
(meio dultos, meio crianças)
pouco importa,
pois estamos de mãos dadas



Primeiro do ano começa com trilhas mal traçadas
lagartos e caranguejeiras

aviso para termos respeito
e deixar passar o que é da natureza


caminho curto aquele que nos leva até as águas
que correm - mesmo represadas
tal como o amor que se faz brotar
em nós


Já é outro ano:

abismo e
vertigem

Mas se joga peregrino!
que esse é nosso ano!