segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Guarda-chuva!

Encontrei meu gurada-chuva!

Estava no meio da minha bagunça. Não sei como foi parar lá... aliás, eu sei!

Estava naquela gaveta. Sabe aquelas gavetas que a gente joga tudo? Cartões de visita, trabalhos que ficaram bons, trabalhos ruins, contas pagas e contas que nunca serão pagas, convites de formatura, convites de casamento, cartas, documentos, livros, papéis de bala...

(Sim, eu tenho uma gaveta assim)

Arrumo ela uma vez por ano. Na verdade, me divirto ao fazê-lo. É como contar uma história. A história contida em um ano.

E que ano foi esse!
Ainda falta 1 mês e a gaveta já está transbordando. Não cabe quase nada mais. Talvez seja uma súplica pra que 2010 termine... termine...

Hoje achei o guarda-chuva. Coragem pro que me espera no dia da faxina geral!

Domingo à Noite

A televisão nos anuncia a guerra
Mas não conseguimos conter o riso
Que nasce de estarmos juntos
Sozinhos

Já em outra freqüência
Falam de desejo e de calcinhas
(Besteiras pra arejar)
Tal como fazem as calcinhas de algodão


Um pouco mais de vinho branco
Pra clarear as idéias
E fazer sonhar
Nossa vida juntos


No meio da calmaria
Um vulcão desperta:
Vontade de apagar as outras que passaram
E que te fizeram rir ou chorar


Desabo no teu abraço, lento, apertado
Com amor
Difícil de traduzir em palavras
Fácil de sentir na pele.


O trabalho, Carmen,
Fez rizoma com o amor
E já não se pode voltar à raiz
Deixamos então para o outro dia.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sem título 5

Hoje é minha vez de ficar triste.

Não estava assim, mas me entristeci há pouco
Sem saber por quê.

Às vezes,
Simplesmente entristeço
E minha vontade é de sumir
De mim mesma

Correr pra longe das dúvidas e escolhas

Correr sem parar e sem olhar pra trás, nem pros lados.

Fugir do amor e das angústias que nascem dele


Com padre? sem padre?
Juntos ou separados?


Não viver por medo,
Ou viver por impulso?


Cuspo
Pra arriscar alguma resposta na pia. Algum sinal.

Espelho: pra tentar reonhecer quem sou
quem estou me tornando


Nem menina, nem mulher. Sem ser Dona de nada, ainda.

Tristeza que dança
ziguezagueando por entre minhas pernas que tremem diante do fato

de estar viva.

Academia

Difícil escrever sobre outra coisa. Esta semana estou mergulhada na academia. Não a de ginástica, mas a dos teóricos.

Assisto à preocupação com os detalhes que alguns têm. Observo a soltura de outros, que parecem estudar pra se libertar das amarras, ou libertar os outros das amarras.

Estudos debruçados nas minorias (que são de longe a minoria no Brasil): os loucos, as crianças pobres, os trabalhadores adoecidos, sofridos.

Vejo tanta gente com tesão por estudar, por mudar as coisas (dentro de uma sala de aula) e lá fora, vejo a vida fora dos livros.

Me pergunto: vale a pena? Conceituações teóricas, discussões infindáveis sobre a consistência metodológica das pesquisas. Penso na minha pesquisa: o que vai agregar àqueles que participarem?

posso ver algumas frestas. É preciso ser habilidoso pra atravessar. Luta sem fim!
Mas uma luta justa, ao fim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre mudanças

Talvez o que menos importe seja atender ao chamado
Usualmente chamado "lugar ao Sol"

Talvez prefira meu Solzinho
Sozinho

Penso no caminho
Infinito e solitário

Dá preguiça...

Então penso na vontade de que todo dia fosse sábado
(Nosso dia de se espreguiçar juntos)

Aí a busca se transforma:

E penso:
No meu Lugar ao Sol,
Mas Juntos
De mãos dadas
(Com protetor solar)

Imagino,
Caminhar pelo parque
No Solzinho
mas juntos, de mãos dadas (atadas)


Às vezes sinto-me tão completamente amada
Contemplada
Que viajo no que mais poderia querer (?)

Sou reconhecida, amada, admirada
Até Miss já virei!
Pelas curvas da cidade
(que saudade!)


Quero ser, agora, tantas outras coisas...
Falo daquelas coisas que não dava pra sonhar sozinha
Por isso as descubro agora:

O desejo de ser mãe, mulher
querida e amada,
entre a cozinha e o quarto


Pra descobrir mais uma de mim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Saudade bate

Você pode não acreditar,
e até justificar a descrença, por sentir minha presença-ausência
mas, na verdade,
a saudade bate

Bate por saber dos dias que me separam de ti.

Acontece que,
Na presença, se esquece a saudade:
pois há alguns metros, ainda é possível escutar tua voz


Por isso esqueço o quanto foi duro esperar


Por hora, torno a lembrar


Só se passaram 3 horas
e já sinto meu coração apertado

Por mais que saiba, que estás aí pela cozinha
A saudade bate

Bate porque não tenho teu carinho
Bate porque eu sei como a presença é boa

Sentimento de vazio
De saco furado
Sem Tiago.

A Primeira Foto

Finalmente tiramos a primeira foto juntos.
Dedo amigo apertou o botão:
Monicão!

Em volta areia e histórias antigas

se misiturando

Com a história nova


Junta-te aos meus. Faz deles o teus.
Seja acolhido. Resepeitado. Admirado.


A primeira foto
vai marcar no papel, o que já está no corpo
e o que já está no desejo

Fotos tiradas num segundo, cujo o peso conhecemos bem quando a saudade bate

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Por quê escrevo?

Escrevo pra me encontrar.

Escrevo pra entender qual a passada do meu passo. Quão longe ou perto estarei.
Brincando com o tempo.
Escrevo por querer me conhecer. Analizar os traços e cicatrizes do passado-presente.
Escrevo porque tenho medo. Atordoada com o não dizer o que ainda não sei.
Então, escrevo.
Escrevo com dor e lamento. Pelas coisas que não fiz, por aqueles que fiz sofrer.
Escrevo por paixão pela coisa escrita, que dedilhada no teclhado, toma forma como a música.
Escrevo pela minha solidão. Porque a escrita é o não-só. É o encontro com as outras de mim. Uma multiplicidade.
Escrevo pra esclarecer a mim mesma o que sinto. Fugindo da ficção das conexões neurais para fazer par o afeto.
Escrevo ainda pra conhecer o meu fora. Se me acho bonita ou feia.
Escrevo porque descobri que as letras, juntas, podem formar qualquer coisa, qualquer significado.
Escrevo pra me confundir.
Escrevo pra enlouquecer.
Escrevo pra falar de amor.

Escrevo pra me perder.

domingo, 7 de novembro de 2010

Bom-humor

Fala sério,
nada melhor do que pessoas bem-humoradas.
Nesse quesito, Tiago dá um show!

Até as piadas sem graça dele se tornam engraçadas por conta dos efeitos sonoros e da interpretação quase teatral (barulho do temporal: tschhhhhh).

Riso pra minha vida e pra vida dos meus amigos. Riso pra minha família. Café sem açucar e risos!

As mãos frenéticas.

Às vezes, o silêncio dele me estranha.
Mais estranho ainda é imaginar que ele é brabo (será?)

Domingão

Nunca gostei muito dos domingos. Dias geralmente de ressaca. E, ainda por cima, véspera de segunda-feira.

Hoje, porém, tive um domingo diferente. Domingão!

Desperto com preguiça, mas ele, já elétrico, abre a janela: solzinho!

No café, aproveitamento de alimentos, mas sempre com todo o sabor: amor.

Depois, trêm com música e pessoas estranhas (como somos todos). Estranhos se encontrando, trocando vidas e alertas: já estamos em Canoas!

Muito Sol. Legítimo domingão.

(Compra-se as cervejas pra suportar o calor)

Na cozinha.: mistura de temperos e sal fino.

Refeição, comilança, elogios, sabores...
mas faltou a sobremesa!

No mercado, meia duzia de clientes é motivo para formar uma fila demorada.
Teria isso destruído meu domingo?

Não!
Pois sorvete gela e adoça a alma.

Depois, com calma, podemos descansar.
Ao ar livre.

Do gelado ao quente: chimarrão na praça.

Encontros de ex e atuais.
Fala-se em trabalho, mas também em casamento...

Compartilha-se desejos realizados
Sonhos sonhados

Os convidados já se sentem convidados.
Já sabem um pouco o que se passa.

Fazem conexões: São Chico entrou na roda.

Eu e minha manhia de falar
contaminou os outros
E agora,
Todos já sabem!

Eles falam da mudança
das minhas andanças


E cada fala, deixava escapar
toda crença que ainda existe em encontrar.
Cada um,
seu par.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

há 3 meses

Já não consigo escrever sobre outra coisa.
Portanto,
Se alguém me lê, enjoado, me perdoe!

É que há três meses minha vida mudou...

Mudou num impulso. Sem eu saber muito bem o que eu fazia lá.
A esperar por ele.


Mas eu fui, e esperei,
ansiosa.

(Culpa do trânsito)

Mas ele chegou.
Com olhos de esperança.

Pensando bem, vejo que a culpa foi dos olhos dele.
A forma com que sempre me fitou.
Desde nossa primeira aproximação inocente,
a circular pela cidade.

Olhos de quem pede socorro.

Eu socorri.


Poderíamos ter morrido juntos, afogados.

Porém, nadamos em direção a uma praia deserta
e nos amamos.

Continuamos a nos amar,
com mais força,
mais vontade.

Nos amamos com cuidado,
com zelo de quem quer que dure.


Três meses que me mudaram
que continuam me transformando
em alguém que sonha!