quarta-feira, 31 de março de 2010

Escrevendo na primeira pessoa

É fácil falar da gente em forma crônica ou de poesia... é quase como estrever na terceira pessoa. Difícil é escrever em primeira pessoa, sem rodeios, sem histórias.
Ontem a noite, desembarcou no meu quarto aquele que chamo "medo". O temor de perder o controle da situação da minha vida que parecia estar indo tão bem: minhas escolhas eram cada vez mais minhas e eu só dependia do meu desejo.

Será que é chegada a hora de efetuar uma escolha? Certa feita, li que as escolhas implicam em descartar os outros caminhos (que judiaria ter que escolher pouco, logo eu que quero muito! o que farei com a minha ânsia de absorver tudo?)

Sim, pois eu já sei que o tempo é relativo. Ele se mede em experiências, em dores, amores, alegrias, intensidades.

Que ironia: logo eu, tão acostumada a dividir minha vida com as pessoas, venho a público dizer que ninguém sabe ainda do meu drama, talvez, se soubessem, dariam gargalhadas por uma dúvida tão boba.

Mas estou com medo, pois me perece que quanto mais idade temos, mais pesadas são nossas escolhas. Elas alteram meus planos e os planos de outras pessoas...

Ainda não sei o que fazer... mas voltarei para lhes contar.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Aviso aos navegantes...

"Para que me queiras
é preciso querer-me inteira

é demasiado tarde
para eu ser só minha metade"

quarta-feira, 17 de março de 2010

Quero desossar um pato!


Não é de hoje que venho reparando que cozinhar é um ato de amor, mas depois que olhei o filme "Julie e Julia", ontem a noite, me convenci ainda mais... e ainda saí do cinema morrendo de vontade de fazer um curso de culinária ou, ao menos, desossar um pato!

o Filme é tão gostoso quanto as receitas que Julie Child preparava... faz a gente ter vontade de experimentar todas as coisas boas do mundo, sejam elas comestíveis ou não.

Eu adoro comer (assumo sem medo) e, depois desse filme, certamente, passei a adorar mais ainda. Durante todo o dia de hoje, cada coisa que eu comia eu imaginava quem teria feito, o humor que essa pessoa estava enquanto preparava, quais teriam sido os ingredientes utilizados e que combinações poderiam torná-la melhor ainda.

Na minha casa, a hora das refeições sempre foi um horário de encontro: para contar novidades, dividir alegrias e angústias e, claro, brigar! Uma pena que os horários apertados de todos estejam dificultando cada dia mais esse encontro...

Lamentos à parte... vale um VIVA para a manteiga e para o bendito chocolate!

domingo, 7 de março de 2010

Aniversario

Amanha estou de anos em festa. Quem me conhece sabe que eu adoro fazer aniversario.
Não se trata de um dia para avaliar como utilizei os últimos 365, uma vez que costumo fazer essa análise quase que diariamente. Para mim, dia 08 de março é dia de alegria, afinal, poder viver pra desfrutar de tanta coisa boa que eu tive e tenho em minha volta é um bom motivo para comemorar. Meus amigos, minha família, meu trabalho, meus estudos, meus inúmeros momentos de lazer. Realmente, minha vida é maravilhosa.

Já disse inúmeras vezes que eu não tenho medo de envelhecer. Provavelmente vou comemorar meus 40 com a mesma alegria de amanha, ao completar 25.

Vale lembrar que eu não seria tão feliz sem a possibilidade que minha família me deu desde muito cedo, nem sem meus amigos que iluminam minha vida todos os dias.

Obrigada a todos por me fazerem crescer e evoluir com cada conversa, com cada dor e alegria compartilhada, com cada "puxão de orelha", cada gargalhada, cada teoria formulada sobre as mais diferentes coisas da vida. Afinal, uma felicidade só ganha vida quando é compartilhada.

"é impossível ser feliz sozinho..."

Obrigada a todos!

terça-feira, 2 de março de 2010

Por uma vida que imita a arte!




Lendo um texto de Hegel (1974), no qual o pensador fala sobre arte, me fez pensar sobre vida. Especificamente a forma como ele entende que uma obra de arte é produzida: livre, espontânea, informal. A arte só existe na medida em que o ser humano é pensante e dotado de necessidade de construção. Uma planta existe, ela “é”, simplesmente. Já ao homem, não basta existir, é preciso formar uma consciência de si, pensar-se, contemplar-se. A arte exterioriza o que o homem é. Também oferece o homem à contemplação alheia. A necessidade do homem de transformar o mundo acaba o transformando a partir desse contato com aquilo que ele chama de arte.
A arte passa longe da objetividade universal, deixemos isso para a ciência. É por isso que os livros de auto-ajuda não nos dão a possibilidade do que eu chamo de “arte de viver”. Se parecem demasiado com a ciência. Por isso são chatos e inúteis quando estamos a falar de VIDA. Eles nos dão receitas prontas, objetivas, esquecendo-se que a distância entre eu e você é um abismo. Mein, em alemão significa MEU, por sua vez Meinen quer dizer OPINAR. O que é meu é opinião, percepção subjetiva. Não há como universalizar a opinião, pois é o que me constitui.
Mais além, Hegel traz a noção de maturidade do artista, o que me fez lembrar uma colocação de Fernanda Young no seu programa, onde ela se referia às suas primeiras produções artísticas como intempestivas, dotadas de muita paixão e pouco trabalho.
Arrisco-me a fazer uma analogia da vida com a arte e sugerir que tudo o que falamos, pensamos, produzimos no contato com o outro, com a sociedade, com o trabalho, com amigos, amantes, filhos e natureza, deve ser entendido como um processo de maturação. Porém, o start é sempre instintivo, cheio de paixões, desejos.

Quem nos ensinará a arte de viver? Quais regras vão mudar meu modo de enxergar e engolir a vida. A vida só muda no contato, no encontro, quando se toca algo que nos transforma. Estejamos mais atentos à isso e até o contato com a tristeza fará nossa arte/vida evoluir, amadurecer!