“Cada palavra que da tua boca sai
Fala de um medo mortal
Tens só teus vinte e poucos
E já faz tantos planos para a dor
Se pudesse te dizer alguma coisa
Diria que não te preocupes
Não te assuste com a tristeza do fato:
O amor pode ser mesmo insalubre
Ao me veres sorrir
Não podes imaginar o quanto chorei
Mas as lágrimas de dor são como um banho
Que limpa nossa alma
Tens razão, sou dotada de alma
E te digo que só não tem uma quem nunca amou
O abrigo que desejas só encontrarás no retorno ao ventre
E já estás demasiado crescido
Minha agonia e teu receio
Falam línguas diferentes
Se pudesse te pedir alguma coisa
Diria sem meias palavras:
Não tenhas pressa em andar devagar
Tampouco deixes de caminhar.”
Z. Müller
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Eu não quero abrigo... Só não me permito mais dar cabeçada...
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