sábado, 4 de setembro de 2010

As lentes encantadas

Por um momento desejei não parar de circular pela cidade. Sensação de estranhamento, alguma coisa havia saído fora dos eixos.
Acho que foram os olhos por detrás das lentes (encantadas) que me fizeram retornar no tempo e poder sentir o que ficara nos meus 15 anos.
Os dias passaram, mas a vontade de chegar cada vez mais perto dele não.
Um impedimento justo, legal: um compromisso no meio do meu caminho. Desistir do desejo? Claro que não!
Se tornara ainda mais encantado. E, a cada palavra que trocávamos, a vontade aumentava e já não era lícito evitar.
Agora, sem as lentes encantadas, um beijo na rua escura (há quanto não sentia tudo aquilo!).
Era como se a vida brotasse novamente em mim, eu que parecia tão morta...
Quem imaginaria a potência de um beijo na vida de alguém? Ao infinito!!!
De resto, sobraram suspiros e suor.

Me perguntem: após isso, acabou o encanto?
E eu vos digo que este deu lugar à certeza de que é preciso ceder ao desejo sempre que possível.
Intensidades é o que movem a vida. Aquilo que nos permite sentir o sangue que corre dentro do nosso corpo tão sem razão de ser.

Fica um obrigada ao moço das lentes encantadas!

Um comentário:

  1. E eu vos digo que este deu lugar à certeza de que é preciso ceder ao desejo sempre que possível.

    Bah poderiamos ficar uma tarde toda falando sobre este tema o "desejo" que sempre nos acompanha. adorooooooooooooo

    ResponderExcluir