quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Ao meu filho
Sim meu filho, sei que ainda nem existes, mas eu preciso te contar! Sim, eu preciso te alertar sobre as coisas que vais encontrar no mundo. Já te aviso que nem sempre são coisas bonitas. Aqui no Brasil por exemplo, país onde vais viver, tem muita gente que não tem uma casa pra morar, como tu vais ter quando nascer. Tem gente que come o resto da comida que tu vais jogar no lixo. Tem também gente que tu vais eleger para te defender e lutar pela tua qualidade de vida, mas ele vai desviar o dinheiro que vem do imposto que tu vais pagar e comprar uma linda casa, e um lindo barco, e lindas jóias para sua amante (o que é amante? ah, depois eu te explico, quando tu crescer). Aqui a gente também tem praças e parques, mas tu vais ver como eles são poucos e como muitas vezes eles estão cercados de grades. Vais ver que temos grandes empresas, que fabricam grandes produtos, e que as pessoas que lá trabalham nem sempre podem comprá-los. Vais ver que temos um Rio bem grande que passa pela nossa cidade, um Rio cheio de lixo, lixo este que tu também vais produzir. Vais conhecer o que é violência, o que é a droga, o que é sofrimento. Te assustei meu filho? Mas não te assuste! Pois também vais conhecer a alegria do carnaval e do futebol! E mesmo se tu não pegares gosto pelo samba e pela bola, eu não quero que tu desistas de nascer, pois esse mundo precisa de você. Sim, ele precisa. Tu vais encontrar muita gente que não desiste dessa vida. Vais entrar no metrô logo cedo e vais ver muitas pessoas indo trabalhar honestamente. Vais fazer amizades e encontrar pessoas pelas quais vais te apaixonar. Provavelmente vais te indignar toda vez que ver um homem pedindo esmolas. Daí nas próximas eleições vais votar com mais consciência, ou vais, no teu dia-a-dia, contribuir para que o teu mundo tenha menos violência, menos pobreza, menos lixo....
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Resolução
ResponderExcluirConsiderando nossa fraqueza os senhores forjaram
Suas leis, para nos escravizarem.
As leis não mais serão respeitadas
Considerando que não queremos mais ser escravos.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que ficaremos famintos
Se suportarmos que continuem nos roubando
Queremos deixar bem claro que são apenas vidraças
Que nos separam deste bom pão que nos falta.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.
Considerando que existem grandes mansões
Enquanto os senhores nos deixam sem teto
Nós decidimos: agora nelas nos instalaremos
Porque em nossos buracos não temos mais condições de ficar.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que está sobrando carvão
Enquanto nós gelamos de frio por falta de carvão
Nós decidimos que vamos tomá-lo
Considerando que ele nos aquecerá
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que para os senhores não é possível
Nos pagarem um salário justo
Tomaremos nós mesmos as fábricas
Considerando que sem os senhores, tudo será melhor para nós.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.
Considerando que o que o governo nos promete sempre
Está muito longe de nos inspirar confiança
Nós decidimos tomar o poder
Para podermos levar uma vida melhor.
Considerando: vocês escutam os canhões
Outra linguagem não conseguem compreender -
Deveremos então, sim, isso valerá a pena
Apontar os canhões contra os senhores!
Do texto "Os Dias da Comuna", de Bertold Brecht.
Robson
Bravo Robson!
ResponderExcluirSalve a consicencia!!!
ResponderExcluirSalve a alegria e o sonho de viver!!
Abracos!!
O mundo é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam!!!
ResponderExcluirbjoooooooo