quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cidades

"... o povo está escondido... mas a pobreza se insinua pelas frestas, invade terrenos, constrói favelas. As cidades modernas são controláveis como uma penela de pressão..." (MIRANDA, 1994).

Na tentativa de pensar sobre os espaços públicos das nossa cidades, tem que se levar em conta o processo de separação entre o público x privado. O lugar seguro dos nossos lares e o perigo constante do que podemos encontrar pelas ruas, nos chamados espaços urbanos.

Em São Leopoldo, uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, mal se sabe onde está toda essa gente. Mas elas estão por aí... é só nos distanciarmos um ou dois quilômetros do centro da cidade que vamos encontrar a tão amedrontadora periferia!

Enquanto isso, o centro da cidade se fecha. Os condomínios aumentam em número e em atrativos internos. Verdadeiras cidades dentro da cidade.
Mas ainda precisa-se da periferia: para limpar os jardins, produzir os bens de consumo, vender as drogas e, claro, ser a personificação dos problemas (da saúde, da escola, da segurança).

Não há espaço público seguro (?) é o que eu escuto falar.

Mas e daí? Ninguém precisa se preocupar com o espaço público tendo seu carro, condomínio, shoppings, teatros, restaurantes. A preocupação só bate à porta para reclamar do menino que pede dinheiro no sinal ou quando o assalto acontece... daí os esquecidos são lembrados.
Sim, tem que haver um culpado! Tem que se controlar aquilo que saiu fora do controle! Mais polícia! Mais grades em torno de nossas casas!

E a panela de pressão continua a cozinhar alguma coisa...

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